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Europa
Júpiter II

A liberdade consiste em ser audaz. - Robert Frost



 

Tabela do Conteúdo

 

Europa é uma lua de Júpiter de aspecto estranho com um grande número de formações que se entrecruzam. É diferente de Calisto e de Ganímedes com as suas crustas cheias de crateras. Europa quase não tem crateras tal como quase não tem relevo vertical. Conforme disse um cientista, as formações "poderiam ter sido pintadas com um marcador de feltro". Existe a possibilidade de Europa ser internamente activa devido ao calor gravital a um nível de um décimo ou menos do que o de Io. Modelos do interior de Europa mostram que abaixo de uma crusta fina com apenas 5 km (3 milhas) de água gelada, Europa parece ter oceanos com até 50 km (30 milhas) de profundidade ou mais. As marcas visíveis de Europa podem ser o resultado da expansão global em que a crusta seria fracturada, preenchida com água e congelada.

Estatísticas de Europa
 Descoberta porSimon Marius & Galileo Galilei 
 Data da descoberta1610 
 Massa (kg)4.8e+22 
 Massa (Terra = 1)8.0321e-03 
 Raio equatorial (km)1,569 
 Raio equatorial (Terra = 1)2.4600e-01 
 Densidade Média (gm/cm^3)3.01 
 Distância média de Júpiter (km)670,900 
 Período rotacional (dias)3.551181 
 Período orbital (dias)3.551181 
 Velocidade orbital média (km/seg)13.74 
 Excentricidade orbital0.009 
 Inclinação orbital (graus)0.470 
 Velocidade de escape (km/seg)2.02 
 Albedo visual geométrico0.64 
 Magnitude (Vo)5.29 

Animações de Europa

Vistas de Europa

Ver também: Imagens Adicionais de Europa, da Galileo.

Europa
Esta é uma das imagens de mais alta resolução de Europa obtidas pela Voyager 2. Mostra a suavidade da maior parte da superfície e a quase ausência de crateras de impacto. Foram encontradas apenas três crateras com mais de 5 km de diâmetro. (Copyright: Calvin J. Hamilton)

O Interior de Europa
Esta vista em corte mostra a estrutura interna possível de Europa. Foi criada a partir de um mosaico de imagens obtidas em 1979 pela nave espacial Voyager da NASA. As características interiores são deduzidas pelas medidas do campo gravitacional e do campo magnético obtidas pela Galileo. O raio de Europa mede 1565 km, não muito mais pequeno do que o raio da nossa Lua. Europa tem um núcleo metálico (ferro e níquel - mostrado em cinzento) desenhado na dimensão relativa correcta. O núcleo é rodeado por um escudo rochoso (mostrado em castanho). A camada rochosa de Europa (desenhada na escala relativa correcta) é por sua vez rodeada de um escudo de água em forma líquida ou gelada (mostrada em azul e branco e desenhada na escala relativa correcta). A camada superficial de Europa está mostrada em branco para indicar que pode diferir das camadas subjacentes. As imagens de Europa obtidas pela Galileo sugerem que um oceano de água líquida pode estar por baixo de uma camada superficial de gelo com uma espessura de quase dez quilómetros. No entanto, esta evidência também é consistente com a existência de um oceano de água líquida no passado. Não é certo que exista um oceano de água líquida no presente. (Copyright 1999 por Calvin J. Hamilton)

Europa - Passado e Futuro
Esta fotografia artística representa Europa durante o início da criação do Sistema Solar. Nesta altura, os oceanos agraciavam a superfície de Europa. Por a água líquida ter existido no passado, poderá a vida ter-se formado e existir ainda hoje? Os ingredientes primários para a vida são a água, o calor e componentes orgânicos obtidos de cometas e meteoritos. Europa tinha todos esses ingredientes. Das imagens e informações recolhidas pela sonda Galileo, os cientistas acreditam que existiu um oceano abaixo da superfície na história relativamente recente e pode ainda estar presente abaixo da superfície gelada. A água de Europa pode ter congelado há muito tempo, mas pode ocorrer um aquecimento devido à atracção gravitacional entre Júpiter e as luas vizinhas.

Esta fotografia artística pode também representar Europa daqui a 7 biliões de anos, depois do Sol se transformar numa gigante vermelha. O calor do Sol envelhecido será suficiente para derreter o gelo e novamente produzir um oceano. (Copyright 1998 por Calvin J. Hamilton)

Europa a Distância
Esta vista de Europa foi obtida pela Voyager 2 e mostra uma superfície brilhante e de pouco contraste com uma teia de linhas que cruzam uma grande parte da sua superfície. (Copyright: Calvin J. Hamilton)

Cordilheiras em Europa
Esta vista de Europa mostra uma parte da superfície que foi muito modificada por fracturas e cordilheiras. Esta figura cobre uma área de cerca de 238 quilómetros (150 milhas) de largura por 225 quilómetros (140 milhas), ou aproximadamente a distância entre Los Angeles e San Diego (em Portugal, aproximadamente a distância entre Lisboa e Aveiro). Cordilheiras simétricas nas faixas escuras sugerem que a crusta da superfície foi separada e preenchida com material mais escuro, algo parecido com o que acontece à expansão nas depressões oceânicas na Terra. Apesar de serem visíveis algumas crateras de impacto, a sua ausência generalizada indica uma superfície jovem. As cordilheiras mais jovens, tais como as duas formações que atravessam o centro da figura, têm fracturas centrais, colinas alinhadas e manchas escuras irregulares. Estas e outras formações podem indicar criovulcanismo, ou processos relacionados com erupção de gelo ou gases.

Esta imagem, centrada a 16 graus de latitude sul e 196 graus de longitude oeste, foi obtida a uma distância de 40,973 quilómetros (25,290 milhas) em 6 de Novembro de 1996 pela câmara de televisão de imagens em estado sólido a bordo da sonda Galileo durante a sua terceira órbita à volta de Júpiter. (Cortesia NASA/JPL)

Vistas da Europa em Cor Natural e Falsa
Esta imagem mostra duas vistas do hemisfério de trás (oposto ao da frente, no sentido da translação do satélite em volta de Júpiter) da Europa. A imagem da esquerda mostra a cor aproximadamente natural da Europa. A imagem da direita é uma composição em cor falsa combinando as imagens em violeta, verde e infravermelho para salientar as diferenças das cores na crusta da Europa predominantemente de água gelada. As áreas em castanho escuro representam materiais rochosos procedente do interior, implantado pelo impacto, ou de uma combinação de fontes procedências interiores e exteriores. Planícies brilhantes nas áreas polares (acima e abaixo) são mostradas em tons de azul para distinguir possível gelo em grãos grossos (azul escuro) de gelo em grãos finos (azul claro). Linhas escuras e longas são fracturas na crusta, algumas com mais de 3,000 quilómetros (1,850 milhas) de comprimento. A formação brilhante com uma mancha central escura no terço inferior da imagem é uma cratera de impacto jovem com cerca de 50 quilómetros (31 milhas) de diâmetro. Esta cratera foi provisoriamente denominada de 'Pwyll', segundo o deus céltico do submundo. (Cortesia DLR)

Imagem em Falsa Cor da Região Minos Linea
Foi usada aqui a cor falsa para realçar a visibilidade de algumas formações nesta composição de três imagens da região Minos Linea na lua Europa de Júpiter obtida em 28 de Junho de 1996, hora universal, pela sonda Galileo. Bandas triplas, linhas e terrenos manchados, aparecem em tons castanho e avermelhado, indicando a presença de contaminantes no gelo. As planícies geladas, mostradas em tons azulados, subdividem-se em unidades com diferentes albedos a comprimentos de onda no infravermelho provavelmente devido a diferenças no tamanho do grão do gelo. A composição foi produzida a partir de imagens com comprimento de onda efectivo de 989, 757 e 559 nanómetros. A resolução espacial das imagens individuais varia de 1.6 a 3.3 quilómetros (1 a 2 milhas) por pixel. A área coberta, centrada em 45 N, 221 W, tem cerca de 1,260 km (cerca de 780 milhas) de diâmetro. (Cortesia NASA/AMES)

Imagem da Europa do Infravermelho Próximo, da Galileo
O Espectrómetro do Infravermelho Próximo (Near Infrared Mapping Spectrometer - NIMS) na sonda Galileo fotografou uma grande parte da Europa, incluindo as região do polo norte, em grande resolução espectral a uma distância de 156,000 km (97,500 milhas) durante o encontro G1 em 28 de Junho de 1996. A imagem da direita mostra Europa vista pelo NIMS, centrada a 25 graus de latitude N, 220 de longitude W. Este é o hemisfério que está sempre virado para o lado oposto de Júpiter. A imagem da esquerda mostra o mesmo ponto de vista das informações da Voyager (dos encontros em 1979 e 1980). A imagem NIMS é da banda de água de 1.5 micron, na parte infravermelha do espectro. Uma comparação das duas imagens, infravermelho e visível, mostra um contraste brilhante marcado na banda de água de 1.5 micron do NIMS de área para área na superfície de Europa, demonstrando a sensitividade do NIMS a alterações da composição. O espectro do NIMS mostra composições da superfície variando desde simples água gelada até misturas de água e outros minerais que parecem vermelhos ao infravermelho.

Gelo Partido da Europa
A lua Europa de Júpiter, vista nesta imagem obtida em 27 de Junho de 1996 pela sonda Galileo da NASA, mostra formações em algumas áreas que se assemelham a bancos de gelo vistos nos mares polares da Terra. Europa tem uma crusta gelada que foi muito fracturada, conforme está indicado pelas bandas lineares escuras, curvas, em forma de cunha que se notam na foto. Estas fracturas partiram a crusta em placas que chegam a atingir 30 quilómetros (18.5 milhas) de comprimento. As áreas entre as placas estão preenchidas com material que provavelmente era gelo contaminado com detritos rochosos. Algumas placas foram separadas e mudaram de posição. A densidade da Europa indica que tem um escudo de água gelada com quase 100 quilómetros (cerca de 60 milhas), do qual uma parte pode ser líquida. Poderia estender-se água gelada da superfície até ao interior rochoso, mas as formações vistas nesta imagem sugerem que o movimento das placas de gelo quebradas foi lubrificado pelo gelo macio ou água líquida abaixo da superfície no momento da quebra.

Esta imagem cobre parte da zona equatorial de Europa e foi obtida a uma distância de 156,000 quilómetros (cerca de 96,300 milhas) pela câmara de imagens em estado sólido da sonda Galileo. O norte é para a direita e o Sol está aproximadamente na vertical. A área mostrada tem aproximadamente 360 por 770 quilómetros (220-por-475 milhas ou aproximadamente a área do Nebraska - quase o dobro da largura de Portugal e 1.25 vezes a altura), e a formação visível mais pequena tem cerca de 1.6 quilómetros (1 milha) de lado. (Cortesia NASA/JPL)

A Superfície Activa de Europa
Uma cratera de impacto recentemente descoberta pode ser vista à direita do centro desta imagem da lua Europa, de Júpiter, enviada pela câmara da sonda Galileo da NASA. A cratera tem cerca de 30 quilómetros (18.5 milhas) de diâmetro. O impacto escavou a crusta gelada de Europa, espalhando detritos (vistos como matéria esbranquiçada) pelo terreno circundante. Está também visível uma banda escura, denominada Belus Linea, que se estende de leste para oeste através da imagem. Este tipo de formação, que os cientistas chamam de "banda tripla", é caracterizada por uma faixa brilhante no meio da imagem. As margens exteriores desta e de outras bandas triplas são difusas, sugerindo que o material escuro foi posto ali como resultado de possível actividade tipo geyser, que projectou gás e detritos rochosos do interior da Europa. O padrão curvo em forma de "X" visto no canto inferior direito da imagem parece representar fracturas da crusta gelada e o seu preenchimento com gelo derretido que congelou no mesmo lugar.

A cratera está centrada a cerca de 2 graus de latitude norte por 239 graus de longitude oeste. A imagem foi obtida de uma distância de 156,000 quilómetros (cerca de 96,300 milhas) em 27 de Junho de 1996, durante a primeira órbita da Galileo à volta de Júpiter. A área mostrada tem cerca de 860 por 700 quilómetros (530 por 430 milhas), ou aproximadamente a dimensão de Oregon e Washington juntos (aproximadamente a dimensão da Península Ibérica). (Cortesia NASA/JPL)

Bandas Escuras em Europa
Bandas escuras entrecruzadas na lua Europa de Júpiter representam os extensos efeitos da fractura e de possível erupção de gases e material rochoso do interior da lua neste mosaico de quatro imagens da sonda Galileo da NASA. Estas e outras formações sugerem que existia gelo macio ou água líquida abaixo da crusta de gelo no momento da ruptura. As informações obtidas não descartam a possibilidade que tais condições existam actualmente na Europa. As fotos foram obtidas de uma distância de 156,000 quilómetros (cerca de 96,300 milhas) em 27 de Junho de 1996. Muitas das bandas escuras têm mais de 1,600 quilómetros (1,000 milhas) de comprimento, excedendo o comprimento da falha de Santo André, na Califórnia (a distância, em linha recta, entre Lisboa e Luxemburgo). Muitas das formações vistas neste mosaico resultaram de impacto meteorítico, incluindo uma cratera de 30 quilómetros (18.5 milhas) de diâmetro visível como uma cicatriz brilhante no terço inferior da figura. Além disso, dezenas de crateras pouco profundas vistas em alguns terrenos ao longo do terminador do satélite (a área sombreada acima à direita na imagem) são provavelmente crateras de impacto. Outras áreas ao longo do terminador não têm crateras, indicando superfícies relativamente jovens, sugestivas de erupções recentes de gelo derretido do interior. O quarto inferior do mosaico inclui terreno altamente fracturado em que a crusta gelada foi quebrada em troços que chegam a ter 30 quilómetros (18.5 milhas) de extensão.

O mosaico cobre uma grande parte do hemisfério norte e inclui o polo norte no cimo da imagem. O Sol ilumina a superfície à esquerda. A área mostrada está centrada a 20 graus de latitude norte e 220 graus de longitude oeste e é quase tão larga como a zona dos Estados Unidos a oeste do rio Mississipi. (Cortesia USGS Flagstaff)

 

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Traduzido para português por Fernando Dias e Paulo Centieiro, e-mail: fcd@hawastsoc.org.