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Calisto
Júpiter IV

A mente e o espírito do homem crescem com o espaço em que são permitidos de trabalhar. - Krafft A. Ehricke



 

Calisto é a segunda maior lua de Júpiter, a terceira maior no sistema solar e tem aproximadamente a mesma dimensão de Mercúrio. Orbita logo acima da principal cintura de radiações de Júpiter. Calisto é o satélite com mais crateras do sistema solar. A crusta é muito antiga e foi formada há cerca de 4 biliões de anos, pouco depois da formação do sistema solar.

Calisto não tem montanhas grandes. Provavelmente este facto é devido à natureza gelada da sua superfície. As crateras de impacto e os consequentes anéis concêntricos são quase as únicas formações que se podem encontrar em Calisto. As maiores crateras foram apagadas pelo fluxo da crusta gelada ao longo dos tempos geológicos. Encontraram-se em Calisto duas enormes bacias de impacto de anéis concêntricos. A maior cratera de impacto é Valhalla. É uma região central brilhante que tem 600 quilómetros de diâmetro, e os anéis extendem-se até 3000 quilómetros de diâmetro. A segunda bacia de impacto é Asgard. Mede cerca de 1600 quilómetros de diâmetro.

Calisto tem a densidade mais baixa (1.86 gm/cm3) dos satélites Galileanos. A partir de observações recentes feitas pela sonda Galileo, Calisto parece ser composto por uma crusta com cerca de 200 quilómetros (124 milhas) de espessura. Abaixo da crusta está possivelmente um oceano salgado com mais de 10 quilómetros (6 milhas) de espessura. Abaixo do oceano, está um interior fora do normal que não é inteiramente uniforme nem varia dramaticamente. Antes da Galileo, os cientistas supunham que o interior de Calisto era totalmente indiferenciado, mas os dados recolhidos pela Galileo sugeriram que o interior é composto por rocha comprimida e gelo com uma percentagem de rocha aumentando com a profundidade. Os meteoritos perfuraram a crusta de Calisto, fazendo com que a água se espalhe pela superfície e formando raios brilhantes e anéis à volta da cratera. Não se conhece uma atmosfera em Calisto.

Estatísticas de Calisto
 Descoberto porSimon Marius e Galileo Galilei 
 Data da descoberta1610 
 Massa (kg)1.08e+23 
 Massa (Terra = 1)1.8072e-02 
 Raio equatorial (km)2,400 
 Raio equatorial (Terra = 1)3.7629e-01 
 Densidade média (gm/cm^3)1.86 
 Distância média de Júpiter (km)1,883,000 
 Período rotacional (dias)16.68902 
 Período orbital (dias)16.68902 
 Velocidade orbital média (km/seg)8.21 
 Excentricidade orbital0.007 
 Inclinação orbital (graus)0.281 
 Velocidade de escape (km/seg)2.45 
 Albedo visual geométrico0.20 
 Magnitude (Vo)5.65 

Animação de Calisto

Vistas de Calisto

Calisto
Esta imagem mostra a superfície de Calisto intensamente crivada de crateras. Foi obtida pela Voyager 2 em 7 de Julho de 1979. Uma enorme bacia de impacto com anéis concêntricos está localizada perto do topo e ligeiramente à esquerda do centro. (Copyright: Calvin J. Hamilton)

O Interior de Calisto
Esta vista num corte artístico mostra um modelo do interior da lua de Júpiter, Calisto. Antes da sonda Galileo, pensava-se que Calisto era uma lua inactiva -- apenas um monte de rocha e gelo. Os dados obtidos recentemente da sonda Galileo revelaram um resultado surpreendente que Calisto pode ter um oceano salgado abaixo da crusta gelada.

Calisto é o satélite com mais crateras no sistema solar. A sua superfície perfurada está por cima de uma camada gelada (mostrada como uma faixa branca) que tem cerca de 200 quilómetros (124 milhas) de espessura. Abaixo da crusta está um oceano com mais de 10 quilómetros (6 milhas), indicado pela faixa azul. A permissa de um oceano veio do estudo dos campos magnéticos à volta de Júpiter e das suas luas. Descobriu-se que o campo magnético de Calisto varia (flui em várias direcções em tempos diferentes) em reposta ao campo magnético de fundo gerado por Júpiter.

Abaixo do oceano, Calisto parece ter um interior estranho que não é inteiramente uniforme e não varia dramaticamente. Antes da Galileo, os cientistas supunham que o interior de Calisto era totalmente indiferenciado, mas os dados recolhidos pela Galileo sugeriram que o interior é composto por rocha comprimida e gelo com uma percentagem de rocha aumentando com a profundidade. (Copyright 1998 por Calvin J. Hamilton)

Imagem de Alta-resolução de Calisto
Esta imagem de alta-resolução de Calisto mostra a sua superfície intensamente crivada de crateras. A bacia de impacto, Valhalla, está localizada à esquerda e abaixo da imagem. (Copyright: Calvin J. Hamilton)

Região de Valhalla de Calisto
Esta imagem aproximada de Calisto mostra a superfície crivada de crateras e a nítida estrutura de anéis conhecida por Valhalla. Foi obtida pela Voyager 1 em 6 de Março de 1979. A área central brilhante de Valhalla tem cerca de 300 quilómetros de diâmetro com conjuntos de cordilheiras concêntricas extendendo-se até 1,500 quilómetros do centro. (Copyright: Calvin J. Hamilton)

Cadeia Gipul
Esta imagem mostra uma cadeia de crateras em Calisto com 620 quilómetros de comprimento. A maior cratera tem 40 quilómetros de diâmetro. Esta é a mais longa de cerca de 12 cadeias como esta em Calisto. A cadeia provavelmente formou-se como resultado da colisão de um cometa que foi fragmentado pela gravidade durante a sua passagem nas proximidades de Júpiter, tal como o cometa Shoemaker-Levy 9. (Copyright: Calvin J. Hamilton)

A Estrutura de Impacto Valhalla de Calisto
Uma parte da zona central da grande estrutura de impacto Valhalla de Calisto foi fotografada pela sonda Galileo em 4 de Novembro de 1996. A área mostrada está centrada a 16 graus norte, 55 graus oeste e tem cerca de 7 milhas (11 quilómetros) de diâmetro. Esta é o foto de maior resolução algumas vez obtida de Calisto e mostra formações tão pequenas quanto 200 pés (60 metros) de diâmetro. A formação de Valhalla ocorreu no início da história de Calisto; no entanto, a zona central aqui mostrada é provavelmente mais jovem do que a estrutura de Valhalla que a rodeia. Esta foto recentemente adquirida mostra algumas pequenas crateras, apesar de terem sido suavisadas ou modificadas pelo movimento descendente de detritos, revelando superfícies brilhantes de gelo. Em contraste com outras áreas em Calisto, muitas das crateras mais pequenas parecem ter sido completamente preenchidas. (Cortesia Universidade do Estado de Arizona)

Estrutura de Impacto Asgard de Calisto
Este mosaico de quatro imagens mostra a antiga estrutura de impacto Asgard de Calisto. Esta imagem está centrada a 30 graus norte, 142 graus oeste. A estrutura Asgard tem aproximadamente 1700 km de diâmetro (1,056 mi) e consiste numa zona central brilhante rodeada por anéis descontínuos. As anéis são formações tectónicas com escarpas perto da zona central e gargantas na margem exterior. Diversos grandes impactos ocorreram em Calisto depois da formação de Asgard. A muito jovem cratera Burr de raios brilhantes está localizada na parte norte de Asgard. Este mosaico foi projectado de modo a mostrar uma escala uniforme entre as quatro imagens do mosaico. A imagem foi processada pela Deutsche Forschungsanstalt fuer Luft-und Raumfahrt e.V., Berlim, Alemanha.

Esta imagem foi obtida em 4 de Novembro de 1996, a uma distância de 111,891 quilómetros (69,070 milhas) pela sonda Galileo durante a sua terceira órbita à volta de Júpiter. (Cortesia DLR)

A Região Asgard de Calisto Vista pelo NIMS
Esta vista da estrutura de anéis Asgard de Calisto foi obtida pelo Near Infrared Mapping Spectrometer (NIMS) 90 minutos antes da maior aproximação. A imagem em cor falsa mostra as diferenças na composição da superfície, branco=mais gelo, azul=menos gelo. A grande área branca brilhante é o centro de Asgard. A área brilhante mais pequena é Tornasuk, uma cratera com um diâmetro de cerca de 70 km.

O espectro infravermelho mostra em Tornasuk uma maior abundância de água gelada comparado com as regiões circundantes. Isto pode ser devido à escavação do impacto ter revelado uma subsuperfície rica em gelo e sugerido que o material mais escuro é a fina superfície que a cobre. Esta cobertura pode ser detritos do impacto ou depósito posterior de material existente de onde o gelo foi evaporado. (Cortesia NASA)

Uma Cadeia de Crateras de Impacto em Calisto
Uma parte de uma cadeia de crateras de impacto em Calisto é vista nesta imagem obtida pela sonda Galileo em 4 de Novembro de 1996. Pensa-se que esta cadeia de crateras em Calisto resultou do impacto de um objecto que se desfez, semelhante aos fragmentos do cometa Shoemaker-Levy 9 que se despedaçou na atmosfera de Júpiter em Julho de 1994. Esta vista de alta resolução mostra o hemisfério norte de Calisto a 35 graus norte, 46 graus oeste, e cobre uma área de cerca de 8 milhas (13 quilómetros) de diâmetro. A cratera visível mais pequena tem cerca de 140 jardas (130 metros) de diâmetro. A imagem foi obtida a uma distância de 974 milhas (1,567 quilómetros).

Numa escala global, Calisto está intensamente marcado por crateras, indicando a enorme idade da sua superfície. Na escala desta imagem, previu-se que a superfície também estaria cheia de crateras; no entanto, há uma surpreendente falta de pequenas crateras, sugerindo que um ou mais dos processos preencheram estas e outras estruturas de pequena escala. Por exemplo, movimentos de deslizamento de detritos ricos em gelo poderiam cobrir pequenas crateras. Os declives brilhantes visíveis nesta figura representam áreas onde ocorreram os deslizamentos, expondo novas superfícies de gelo. (Cortesia Universidade do Estado do Arizona)

Vista de Calisto da Voyager e da Galileo
Este mosaico foi preparado a partir de imagens obtidas por três sondas espaciais: Voyager 1 (lado esquerdo), Galileo (o meio) e Voyager 2 (lado direito). Os dados da Voyager foram obtidos em 1979 mas deixaram um "intervalo" centrado a 290 graus no hemisfério oculto de Calisto. O Sistema de Imagem de Estado Sólido da Galileo fotografou esta área na sua segunda órbita à volta de Júpiter em 9 de Setembro de 1996. A resolução dos dados da Galileo é de 4.3 quilómetros/pixel (2.7 milhas), significando que a formação visível mais pequena tem cerca de 12 quilómetros (7 milhas) de diâmetro. O norte é na parte superior da figura.

Formações interessantes nos novos dados da Galileo incluem uma área suave nas latitudes norte (o terço superior) que parece cobrir terreno mais antigo. Pode ser matéria expelida de uma pequena cratera de impacto. Está também visível uma cratera recente de bordas afiadas com cerca de 90 km (56 milhas) de diâmetro chamada Igaluk (ao centro da terça parte esquerda da imagem), e uma zona brilhante na área do polo sul (base da imagem) que pode ser uma escarpa causada pelo impacto. (Cortesia NASA)

 

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Traduzido para português por Fernando Dias, e-mail: vss@netcabo.pt.