Copyright © 1998 por Rosanna L. Hamilton. Todos os direitos reservados.
James W. Christy, um cientista do Observatório Naval dos E.U., estava a estudar fotos para melhorar o nosso conhecimento da órbita e posição de Plutão, quando ocorreu a descoberta de Caronte. A imagem da descoberta de Caronte e Plutão foi obtida em 2 de Julho de 1978. O novo satélite recebeu o nome do barqueiro que levava as almas pelo Rio Styx até ao reino de Plutão no submundo da mitologia grega e romana. Caronte em inglês, Charon, é informalmente pronunciado "SHAR-on", semelhante ao nome da esposa do descobridor, Charlene.
A descoberta em 1978 do satélite de Plutão, Caronte, foi um passo importante para um melhor entendimento de Plutão. Medindo a distância entre os dois e conhecendo o período orbital, foi possível calcular as suas massas. A massa de Caronte é cerca de 9.6 x 10-10 massas solares. Isto é cerca de 1/7 da massa de Plutão.
Durante a década de 1980, a Terra cruzou o plano orbital de Caronte e foi observada uma série de acontecimentos mútuos que melhoraram significativamente o estudo do sistema Plutão-Caronte. Foi um golpe de sorte a descoberta de Caronte ter ocorrido antes dos acontecimentos mútuos, considerando que o Sol atravessa o plano orbital de Caronte apenas duas vezes durante um ano Plutoniano.
Os acontecimentos mútuos levaram à primeira determinação suficientemente exacta das dimensões de Plutão e Caronte. O diâmetro de Caronte mede 1,172 quilómetros (728 milhas), um pouco mais de metade da dimensão de Plutão. Caronte é o maior satélite relativamente ao seu planeta no sistema solar. A sua separação média é de 19,640 km (12,200 milhas).
A órbita de Caronte está gravitalmente bloqueada a Plutão, por isso anbos os corpos mantêm o mesmo hemisfério virado um para o outro. Os períodos de rotação de Plutão e de Caronte e o período orbital de Caronte são de 6.387 dias (6 dias, 9 horas e 17 minutos).
A composição da superfície de Caronte é diferente da de Plutão. A lua parece ser coberta de gelo de água e não de nitrogénio. A densidade de Caronte é 1.2 a 1.3 g/cm3, indicando que contém poucas rochas. A densidade de Plutão é 1.8 a 2.1 g/cm3. As diferenças na densidade mostram-nos que Plutão e Caronte foram formados independentemente. Isto conduz-nos à ideia que eles se formaram juntos como um planeta duplo.
O rigor na medida da densidade de Caronte fornecido pelas informações do TEH é ainda contrariada por observações a partir de telescópios terrestres. Alguns teorizam que Caronte foi formado quando um planetesimal atingiu Plutão há muito tempo, semelhante à ideia considerada como o acontecimento que deu origem à lua da Terra. "O eixo ou rotação de Plutão e a órbita de Caronte estão muito inclinadas, como seria de esperar de um impacto como esse."
Pensa-se ser possível que Caronte, a lua de Neptuno Tritão e Plutão são mundos gelados do sistema solar exterior que não foram arrastados por Úrano ou por Neptuno ou ejectados do sistema solar. Estes três parecem ser parentes. Caronte e Tritão podem ter-se tornado satélites e o maior pode ter-se tornado em Plutão.
Apesar de haver ainda muito para aprender, as observações de acontecimentos mútuos e outros estudos forneceram-nos novas informações que melhoraram muito o nosso conhecimento de Caronte, Plutão e o sistema solar exterior.
Animações de Plutão e Caronte |
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Vistas de Plutão e Caronte |
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Quatro Vistas de Caronte
Esta imagem mostra quatro vistas da lua de Plutão, Caronte. As
imagens estão centradas a 0 graus de latitude e 0 (cimo-esquerda), 90
(cimo-direita),180 (baixo-esquerda) e 270 (baixo-direita) graus de longitude.
As imagens são baseadas em medidas fotométricas de Marc Buie/Observatório Lowell.
(Cortesia Calvin J. Hamilton e Marc Buie/Observatório Lowell)
Imagem do Telescópio Hubble
Esta é a vista mais nítida já conseguida do planeta distante Plutão
e da sua lua Caronte, conseguida pelo Telescópio Espacial Hubble (TEH).
A imagem foi obtida em 21 de Fevereiro de 1994, quando o planeta estava
a 4.4 biliões de quilómetros (2.7 biliões de milhas) da Terra.
As ópticas corrigidas do TEH mostram os dois objectos como discos claramente separados e nítidos. Estas agora permitem aos astrónomos medirem directamente (até cerca de 1 por cento) o diâmetro de Plutão de 2,320 quilómetros (1,440 milhas) e o de Caronte de 1,270 quilómetros (790 milhas).
As observações do TEH mostram que Caronte tem uma cor mais azul que Plutão.
Isto significa que as superfícies destes mundos têm composição e estrutura
diferentes. Uma formação brilhante em Plutão indica que deve ter uma
camada de superfície suavemente reflectiva. Uma análise detalhada da
imagem do TEH também sugere que existe uma área brilhante paralela ao
equador de Plutão. No entanto, são necessárias mais observações para
confirmar que esta característica é real. A nova imagem do TEH foi
obtida quando Caronte estava próximo da sua máxima distância visual de
Plutão (0.9 segundos de arco). Os dois mundos estão separados de
19,640 quilómetros (12,200 milhas).
(Cortesia NASA/ESA/ESO)
Mapa da Superfície de Caronte
Este é o primeiro mapa da superfície de Caronte, a lua do planeta mais
remoto do sistema solar, Plutão. O mapa é baseado em medidas fotométricas.
Cobre a superfície inteira da lua.
(Cortesia A.Tayfun Oner, baseado em fotografias de cortesia de Marc
Buie/Observatório Lowell)
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